quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Aula 1

1. OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO

A Administração constitui o resultado histórico e integrado da contribuição cumulativa de numerosos precursores, filósofos, físicos, economistas, estadistas e empresários que, no decorrer dos tempos, foram, cada qual em seu campo de atividades, desenvolvendo e divulgando suas obras e teorias. Por isso, a moderna Administração utiliza conceitos e princípios empregados nas Ciências Matemáticas, Ciências Humanas (como a Psicologia, Sociologia, Biologia, Educação etc), como também no Direito, Engenharia etc.
A história mostra que a maioria dos empreendimentos militares, sociais, políticos, econômicos e religiosos teve uma estrutura orgânica piramidal que retrata uma estrutura hierárquica, concentrando no vértice as funções de poder e decisão. A teoria da estrutura hierárquica não é nova: Platão, Aristóteles e Hamurabi já tratavam dela. A bíblia relata os conselhos de Jetro, sogro de Moisés e sacerdote de Midiã, que, notando as dificuldades do genro em atender ao povo e julgar suas lides, após aguardar o líder durante o dia inteiro em uma fila, à espera de suas decisões para cada caso, disse a Moisés: Representa o povo perante Deus. Leva a Deus as suas causas, ensina-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que devem andar e a obra que devem fazer. Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, aos quais aborreça a avareza. Põe-nos sobre elas, por chefes de 1.000, chefes de 100, chefes de 50 e chefes de 10, para que julguem este povo em todo tempo. Se isso fizeres, e assim Deus te mandar, poderás então suportar e, assim, também, todo esse povo tornará em paz ao seu lugar.
Referências pré-históricas acerca das magnificas construções erigidas durante a Antigüidade no Egito, na Mesopotâmia, na Assíria, testemunharam a existência, em épocas remotas, de dirigentes capazes de planejar e guiar os esforços de militares de trabalhadores em monumentais obras que perduram até nossos dias. Os papiros egípcios atribuídos à época de 1.300 a.C. já indicam a importância da organização e administração da burocracia pública no antigo Egito.
Apesar dos progressos no conhecimento humano, a chamada Ciência da Administração somente surgiu no despontar do século XX. A TGA é uma área nova e recente do conhecimento humano. Para que ela surgisse foram necessários séculos de preparação e antecedentes históricos capazes de permitir e viabilizar as condições indispensáveis a seu aparecimento.
No decorrer da história da humanidade, a Administração se desenvolveu com uma lentidão impressionante. Somente a partir do século XX é que ela surgiu e apresentou um desenvolvimento de notável pujança e inovação. Nos dias de hoje a sociedade típica dos países desenvolvidos é uma sociedade pluralista de organizações, na qual a maior parte das obrigações sociais (como a produção de bens ou serviços em geral) é confiada na organização (como indústrias, universidades e escolas, hospitais, comércio, comunicações, serviços públicos etc.) que são administradas por dirigentes para se tornar mais eficientes e eficazes. No final do século XIX, contudo, a sociedade era completamente diferente. As organizações eram poucas e pequenas: predominavam as pequenas oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais autônomos (como médicos, advogados, que trabalhavam por conta própria), o lavrador, o armazém das esquinas etc. Apesar de o trabalho sempre ter existido na história da humanidade, a história das organizações e de sua administração é um capítulo que teve seu início há pouco tempo.

2. INFLUÊNCIA DOS FILÓSOFOS

A Administração recebeu influência da Filosofia desde os tempos da Antigüidade. O filósofo grego Sócrates (470 a.C. –399 a.C.), em sua discussão com Nicomaquides, expõe seu ponto de vista sobre a Administração como uma habilidade de pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência.
Platão (429 a.C. –347 a.C.), filósofo grego, discípulo de Sócrates, analisou os problemas políticos e sociais decorrentes do desenvolvimento social e cultural do povo grego. Em sua obra, A República, expõe a forma democrática de governo e de administração dos negócios públicos.
Aristóteles (384 a.C. –322 a.C.), discípulo de Platão, deu o impulso inicial à filosofia, Cosmologia, Nosologia, Metafísica, Lógica e Ciências Naturais, abrindo as perspectivas do conhecimento humano. No livro, Política, sobre a organização do Estado, distingue as três formas de administração pública:
Monarquia ou governo de um só (que pode redundar a tirania)
Aristocracia ou governo de uma elite (que pode descambar em oligarquia)
Democracia ou governo do povo (que pode degenerar em anarquia).
Durante os séculos que vão da antigüidade ao início da Idade Moderna, a filosofia voltou-se para uma variedade de preocupações distanciadas dos problemas administrativos.
Francis Bacon (1561-1626), filósofo e estadista inglês e fundador da Lógica Moderna baseada no método experimental e indutivo, mostra a preocupação básica de se separar experimentalmente o que é essencial do que é acidental ou acessório.
René Descartes (1596-1650), filósofo, matemático e físico francês, considerado o fundador da Filosofia Moderna, criou as coordenadas cartesianas e deu impulso a Matemática e à Geometria da época. Na Filosofia, celebrizou-se pelo livro O Discurso do Método, no qual descreve seu método filosófico denominado método cartesiano cujos princípios são:
Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência: consiste em não aceitar como verdadeira coisa alguma enquanto não se souber com evidência – clara e distintamente – aquilo que é realmente verdadeiro. Com essa dúvida sistemática evita-se a prevenção e a precipitação.
Princípio da Análise ou de Decomposição: dividir e decompor cada dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possíveis e necessárias à sua adequação e solução e resolvê-las cada uma.
Princípio da Síntese ou da Composição: conduzir ordenadamente nossos pensamentos e nosso raciocínio, começando pelos objetivos e assuntos mais fáceis e simples para, gradualmente os mais difíceis.
Princípio da Enumeração ou da Verificação: consiste em fazer recontagens, verificações e revisões tão gerais que se fiquem seguro de nada haver omitido ou deixado à parte.
Vários princípios da Administração, como os da divisão de trabalho, da ordem e do controle, estão contidos nos princípios cartesianos.
Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo político inglês, defende o governo absoluto em função de sua função pessimista da humanidade. Na ausência do governo, os indivíduos tendem a viver em guerra permanente e conflito interminável para obtenção de meios de subsistência.
Kal Marx (1818-1883) e Friedrick Engels (1820-1895) propõem uma teoria da origem econômica do Estado. O poder político e do Estado nada mais é do que o fruto da dominação econômica do homem pelo homem. O Estado vem a ser uma ordem coativa imposta por uma classe social exploradora. No Manifesto Comunista, afirma que a história da humanidade é uma história de lutas e classes. Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, nobres e servos, mestres e artesãos, em uma palavra, exploradores e explorados, sempre mantiveram uma luta, oculta ou manifesta.
Com a Filosofia Moderna, a Administração deixa de receber contribuições e influências, pois o campo de estudo filosófico passa a se afastar dos problemas organizacionais.

3. INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA

Através dos séculos, as normas administrativas e os princípios de organização pública foram se transferindo das instituições dos Estados (como era o caso de Atenas, Roma etc.) para as instituições da Igreja Católica e da organização Militar. Essa transferência se fez lentamente porque a unidade de propósitos e objetivos – princípios fundamentais na organização eclesiástica e militar – nem sempre é encontrada na ação política que se desenvolvia nos Estados, movida por objetos contraditórios de cada partido, ou classe social.
Ao longo dos séculos, a Igreja Católica estruturou sua organização, com uma hierarquia de autoridade, um estado-maior (assessoria) e a coordenação funcional para assegurar a integração. A organização hierárquica da igreja é tão simples e eficiente que sua enorme organização mundial pode operar sob o comando de uma só cabeça executiva: o Papa, cuja autoridade coordenadora lhe foi delegada de forma mediada por uma autoridade divina superior. A estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para as organizações.

4. INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO MILITAR

A organização militar influenciou o aparecimento das Teorias da Administração. A Organização Linear tem suas origens na organização militar dos exércitos das Antigüidades e da época Medieval. O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um superior) é o núcleo das organizações militares. A escala hierárquica – ou seja, os escalões hierárquicos de comando com graus de autoridade e responsabilidade – é um aspecto típico da organização militar utilizado em outras organizações. Com o passar dos tempos, na medida em que o volume de operações militares aumenta, cresce também a necessidade de se delegar autoridade para os níveis mais baixos da organização militar. Ainda na época de Napoleão (1769-1821). Com as guerras de maior alcance e de âmbito continental, o comando das operações exigiu novos princípios de organização e um planejamento e controle centralizados em paralelo com operações descentralizadas, ou seja, passou-se à centralização do comando e à descentralização da execução.
Outra contribuição da organização militar é o princípio da direção, que preceitua que todo soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e o que ele deve fazer. Mesmo Napoleão, o general mais autocrata da história militar, nunca deu uma ordem sem seu objetivo e certificar-se de que haviam compreendido corretamente, pois a obediência cega jamais leva a uma execução inteligente.

5. INFLUÊNCIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Com a invenção da maquina a vapor por James Watt (1736-1819) e sua aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, em um lapso de um século, foram maiores que as mudanças ocorridas em todo o milênio anterior.
É a chamada Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e que pode ser dividida em duas épocas:
A Revolução Industrial alcançou todo o seu ímpeto a partir do século XIX. Ela surgiu como uma bola de neve em aceleração crescente. A 1ª Revolução Industrial passou por quatro fases:
1ª fase – Mecanização da Indústria e da agricultura: em fins do século XVIII, com a máquina de fiar (inventada pelo inglês Hargreaves em 1767), ,do tear hidráulico (por Arkwringht em 1769), do tear mecânico (por Cartwright em 1785) e do descaroçador de algodão (por Whitney em 1792), que substituíram o trabalho do homem e a força motriz muscular do homem, ,do animal ou da roda de água.
2ª fase – A Aplicação da Força Motriz à Indústria: a força elástica do vapor descoberta por Dénis Papin no século XVII ficou sem aplicação até 1776, quanto Watt inventou a máquina a vapor. Com a aplicação do vapor às máquinas, iniciam-se grandes transformações nas oficinas (que se convertem em fábricas), nos transportes, nas comunicações e na agricultura.
3ª fase – O Desenvolvimento do Sistema Fabril: o artesão e sua pequena oficina patronal desapareceram para ceder lugar ao operário e às fábricas e usinas baseadas na divisão do trabalho. A migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provoca a urbanização.
4ª fase – Um Espetacular Aceleramento dos Transportes e das Comunicações: a navegação a vapor surgiu com Robert Fulton (1807) e logo depois as rodas propulsoras foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada por Stephenson, surgindo a primeira estrada de ferro na Inglaterra (1825) e logo depois nos Estados Unidos (1829) e no Japão (1832). Esse novo meio de transporte propagou-se vertiginosamente. Outros meios de comunicação apareceram com rapidez surpreendente: Morse inventa o telégrafo elétrico (1835), o selo postal (1840), Graham Bell inventa o telefone (1876). Já se esboçam os primeiros sintomas do enorme desenvolvimento econômico, social, tecnológico e industrial e as profundas mudanças.
A partir de 1860, a Revolução Industrial entrou em segunda fase: a 2ª Revolução Industrial, provocada por três fatos importantes: o aparecimento do processo de fabricação do aço (1856); o aperfeiçoamento do dínamo (1873) e a invenção do motor de combustão interna (1873) por Daimler. As características da segunda Revolução Industrial são as seguintes:
Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico ;
Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes de energia.
Desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do trabalhado.
Crescente domínio da Indústria pela Ciência.
Transformações radicais nos transportes e nas comunicações. As vias férreas são ampliadas. A partir de 1880, Daimler e Benz constroem automóveis na Alemanha, Dunlop aperfeiçoa o pneumático em 1888 e Henry Ford inicia a produção de seu modelo "T" em 1908. Em 1906, Santos Drumont , a primeira experiência com o avião.
Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista. As firmas de sócios solidários - formas típicas de organização comercial cujo capital provinha dos lucros auferidos (capitalismo industrial), e que tomavam parte ativa na direção dos negócios – deram lugar ao chamado capitalismo financeiro.
Expansão da industrialização desde a Europa até o Extremo Oriente.
A organização e a empresa moderna nasceram com a Revolução Industrial graças a vários fatores:
A ruptura das estruturas corporativas da Idade Média.
O avanço tecnológico e a aplicação dos progressos científicos à produção, a descoberta de novas formas de energia e a enorme ampliação de mercados.
A substituição do tipo artesanal por um tipo industrial de produção.

6. INFLUÊNCIA DOS ECONOMISTAS LIBERAIS

A partir do século XVII desenvolveu-se uma variedade de teorias econômicas centradas na explicação dos fenômenos empresariais (microeconômicos). Ao término do século XVIII, os economistas clássicos liberais conseguem aceitação de suas teorias. Essa reação para o liberalismo culmina com a ocorrência da Revolução Francesa. As idéias liberais decorrem do direito natural: a ordem natural é a ordem mais perfeita. Os bens naturais, sociais e econômicos são os bens que possuem caráter eterno. Os direitos econômicos humanos são inalienáveis e existe uma harmonia preestabelecida em toda a coletividade de indivíduos. Segundo o liberalismo, a vida econômica deve afastar-se da influência estatal, pois o trabalho segue os princípios econômicos e mão-de-obra está sujeita às mesmas leis da economia que regem o mercado de matérias-primas ou comércio internacional. Os operários, contudo, estão à mercê dos patrões que são os donos dos meios de produção. A livre concorrência é o postulado principal do liberalismo econômico.
As idéias básicas dos economistas clássicos liberais constituem os germes iniciais do pensamento administrativo de nossos dias. Adam Smith (1723-1790) é o fundador da economia clássica, cuja idéia central é a competição. Embora os indivíduos ajam apenas em proveito próprio, os mercados em que vigoram a competição funcionam espontaneamente, de modo a garantir a alocação mais eficiente dos recursos e da produção, sem que haja excesso de lucros. Por essa razão, o papel econômico do governo (além do básico, que é garantir a lei e a ordem) é a intervenção na economia quando o mercado não existe ou quando deixa de funcionar sem condições satisfatórias, ou seja, quando não ocorre competição livre. Smith já visualizava o princípio da especialização dos operários em uma manufatura de agulhas e já enfatizava a necessidade de se racionalizar a produção. O princípio da especialização e o princípio da divisão do trabalho aparecem em referência de seu livro A Riqueza das Nações, publicada em 1776. Para Adam Smith a origem da riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo dos tempos e movimentos que, mais tarde, Taylor e Gilbret iriam desenvolver como a base fundamental da Administração Científica. Adam Smith reforçou a importância do planejamento e a organização dentro das funções da Administração. Já Karl Marx (1818-1883) e Friederich Engel (1820-1895), criadores do socialismo científico e do materialismo histórico, publicaram em 1848 o Manifesto Comunista, no qual analisam os diversos regimes econômicos e sociais e a sociedade capitalista, concluindo que a luta de classes é o motor da história: o capitalismo é um modo de produção transitório e sujeito a crises econômicas cíclicas devido a suas contradições internas e constitui uma etapa do desenvolvimento da sociedade em direção ao modo de produção socialista e ao comunismo.
O Estado é um órgão a serviço da classe dominante, cabendo a classe operária lutar por sua conquista e implementar a ditadura do proletariado. Em 1867, Marx publica O Capital e mais adiante suas teorias a respeito da mais-valia com base na teoria valor-trabalho. Assim como Adam Smith e David Ricardo, Marx considera que o valor de toda mercadoria cujo valor é determinado pelos meios de vida necessário à subsistência do trabalhador (como alimentos, roupas, moradia, transporte etc), e ele trabalhar além de um determinado número de horas, estará produzindo não apenas o valor correspondente ao de sua força de trabalho (que lhe é pago em forma de salário pelo capitalista), mas também um valor a mais, isto é, um valor excedente sem contrapartida, denominado mais-valia.
O socialismo e o sindicalismo obrigam o capitalismo do início do século XX a enveredar pelo caminho do aperfeiçoamento de todos os fatores de produção envolvidos em sua adequada remuneração. Quanto maior a pressão exercitada pelas exigências proletárias, menos graves se tornam às injustiças e mais acelerado se configura o processo de desenvolvimento da tecnologia. Dentro dessa situação, surgem os primeiros esforços nas empresas capitalistas para a implantação de métodos e processos de racionalização do trabalho, cujo estudo metódico coincidiu com o início do século XX.

7.INFLUÊNCIA DOS PIONEIROS E EMPREENDEDORES

O século XIX assistiu a um monumental desfile de inovações e mudanças no cenário empresarial. Nos Estados Unidos, ao redor de 1820 o maior negócio empresarial, foram as estradas de ferro, empreendimentos privados e que constituíram um poderoso núcleo de investimentos de toda uma classe de investidores. Foi a partir das estradas de ferro que as ações de investimento e o ramo de seguros se tornaram populares. As ferrovias permitiram o desbravamento do território e provocaram o fenômeno da urbanização que criou novas necessidades de habilitação, alimentação, roupa, luz e aquecimento, o que se traduziu em um rápido crescimento das empresas voltadas para o consumo direto.
Antes de 1850, poucas empresas tinham uma estrutura administrativa que exigisse os serviços de um administrador em tempo integral, pois as empresas industriais eram pequenas. As empresas da época faziam parte de um contexto predominantemente rural, que não conhecia a administração de empresa. O presidente era o tesoureiro, o comprador ou o vendedor e atendia aos agentes comissionados.
Em 1871, a Inglaterra era a maior potência econômica mundial. Em 1865, John D. Rockefeller (1839-1937) funda a Standard Oil. Em 1890, Carnegie funda o truste de aço, ultrapassando rapidamente a produção de toda a Inglaterra. Swift e Armour formaram o trustes de conservas. Guggenheim forma o truste do vertical nas empresas. Surgiram os primitivos impérios industriais, aglomerados de empresas que se tornaram grandes demais para serem dirigidos pelos pequenos grupos familiares. Logo apareceram os gerentes profissionais, os primeiros organizadores que se preocupavam mais com a fábrica do que com vendas ou compras.
Na década de 1880, a Westinghouse e a General Eletric dominavam o ramo de bens duráveis e criaram organizações próprias de vendas com vendedores treinados, dando início ao que hoje denominamos "marketing". Ambas assumiram a organização do tipo funcional que seria adotada pela maioria das empresas americanas, a saber:
Um departamento de produção para cuidar da manufatura de fábricas isoladas.
Um departamento de vendas para administrar um sistema nacional de escritórios distritais com vendedores.
Um departamento técnico de engenharia para desenhar e desenvolver produtos.
Um departamento financeiro.
Estas unidade deixaram de ser dirigidas pelos antigos donos ou famílias associadas e passaram administradas por gerentes assalariados. Assim fizeram as grandes corporações americanas como a Standard Oil e a American Bell Telephone.
Na virada do século XX, grandes corporações sucumbiram financeiramente. É que dirigir grandes empresas não era apenas uma questão de habilidade pessoal, como muitos empreendedores pensavam. Estavam criadas as condições para o aparecimento dos grandes organizadores da empresa moderna. Os capitães das indústrias – pioneiros e empreendedores – cederam seu lugar para os organizadores. Estava chegando a era da competição e da concorrência como decorrência de fatores como:
Desenvolvimento tecnológico, que proporcionou um crescente número de empresas e nações concorrendo nos mercados mundiais.
Livre comércio.
Mudança nos mercados vendedores para mercados compradores.
Aumento da capacidade de investimento de capital e elevação dos níveis de ponto de equilíbrio.
Rapidez do ritmo de mudanças tecnológicas que rapidamente torna obsoleto um produto ou reduz drasticamente seus custos de produção.
Crescimento dos negócios e das empresas.
Todos esses fatores iriam completar as condições propícias para a busca de bases científicas para a melhoria da prática empresarial e para o surgimento da teoria administrativa.


BIBLIOGRAFIA DE REFEÊNCIA:
HAMPTON, David R. Administração contemporânea: teoria, prática e casos. Ed. McGraw-Hill, São Paulo, 1980.
ROBBINS, Stephen Paul. O processo administrativo – integrando teoria e prática. Ed. Atlas, São Paulo, 1981.
BERNARDES, Cyro. Teoria geral da administração: - A análise integrada das organizações. 2. ed. São Paulo : Atlas, 1993.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração. São Paulo, 4ª ed. Atlas, 1995.
CHIAVENATO, Ildaberto. Introdução à teoria geral da administração. 4. ed. São Paulo : Makron Books, 1993.
LODI, João Bosco. História da administração. 8. ed. São Paulo : Pioneira, 1984.

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