sábado, 25 de agosto de 2007

Aula 5

ABORDAGEM ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO
TEORIA DA BUROCRACIA – MAX WEBER



· 1864-1920
· SOCIÓLOGO ALEMÃO
· DESENVOLVEU A TEORIA DAS ESTRUTURAS DE AUTORIDADE
· PRINCIPAL BIBLIOGRAFIA “A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO” (publicado no Brasil em 1967 pela editora Pioneira).

1)ORIGENS DA TEORIA DA BUROCRACIA:

A Teoria da Burocracia é incorporada à Administração em torno da década de 40:

Fragilidade das teorias existentes
A necessidade de um modelo de organização racional (burocrático)
Necessidade de racionalizar a hierarquia “ A empresa exige um modelo de organização mais complexo”
A Burocracia tem suas origens na estrutura da igreja, observada após o Renascimento.


2)O QUE É A TEORIA BUROCRÁTICA:

· A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade
· Seu principal objetivo é adequar os meios para se atingir os objetivos mais facilmente.
· Surge o que Max Weber chamou de “ética Protestante” uma alusão ao novo comportamento que a sociedade assumiu perante o capitalismo.

3)PAPEL DA AUTORIDADE LEGAL, RACIONAL.

· Os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque concordam com um conjunto de preceitos ou normas que consideram legítimos e dos quais deriva o comando.
· A obediência não é devida a alguma pessoa em si, seja por suas qualidades pessoais excepcionais ou pela tradição, mas a um conjunto de regras e regulamentos legais previamente estabelecidos.
· A legitimidade do poder racional e legal baseia-se em normas legais.
· O povo obedece às leis porque acredita que elas sejam decretadas por um processo escolhido tanto pelos governados, quanto pelos governantes.
· O aparato administrativo que corresponde à dominação legal é a burocracia.
· A autoridade legal, não abrange apenas a estrutura do estado, mas as organizações não estatais, particularmente as médias e grandes empresas.

4)MAX WEBER IDENTIFICA QUATRO FATORES QUE FAVORECEM O DESENVOLVIMENTO DA BUROCRACIA:

O desenvolvimento de uma economia monetária;
O crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas do estado;
A superioridade técnica;
Produção em massa.


5)A BUROCRACIA APRESENTA AS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS:

Caráter legal das normas e regulamentos;
Caráter formal das Comunicações;
Caráter Regional e Divisão do Trabalho;
Impessoalidade nas relações;
Hierarquia da autoridade;
Rotinas e procedimentos Estandartizados;
Competência Técnica e Meritocracia;
Especialização da administração;
Profissionalização dos participantes;
Completa imprevisibilidade.

6)VANTAGENS DA BUROCRACIA:

Racionalidade
Previsão
Rapidez nas decisões
Informações bem interpretadas
Uniformidade das rotinas
Critérios específicos de seleção de pessoal
Redução do atrito entre as pessoas
Constância nas decisões
Subordinação
Confiabilidade
Trabalho profissionalizado.

7)RACIONALIDADE DA BUROCRACIA:

No sentido Weberiano, a racionalidade implica adequação dos meios aos fins ( busca da excelência e da eficiência).

8) DILEMAS DA BUROCRACIA:

O próprio Weber indicou a fragilidade da estrutura burocrática. Segundo ele, a estrutura burocrática possui um dilema típico:
a) de um lado, existem pressões constantes de forças exteriores para encorajar a burocracia,
b) de outro, o compromisso dos subordinados com as regras burocráticas, tende a se enfraquecer gradativamente (pelo seu excesso).

9)DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA:

A burocracia apresenta-se como um método organizacional, cujas conseqüências desejadas se resumem na previsibilidade do seu funcionamento, e na maior eficiência da organização. Entretanto existem as imprevisibilidades, variáveis que podem interferir no processo organizacional. Essa imprevisibilidade foi chamada por Weber de disfunções da burocracia.
Segundo Max Weber, não existe uma organização plenamente racional. Cada disfunção é o resultado de algum desvio ou exagero em cada uma das características do modelo burocrático. As disfunções são:

1. Irracionalização das regras e exagerado apego aos regulamentos;
2. Excesso de formalismo e de formulários;
3. Resistência a Mudança;
4. Despersonalização do Relacionamento;
5. Categorização como Base do processo decisorial;
6. Excesso de Rotinas e procedimentos;
7. Exibição de sinais de autoridade;
8. Dificuldade de atendimento a Clientes e Conflito com o Público.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Da Rotina à Flexibilidade

DA ROTINA À FLEXIBILIDADE: ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS DO FORDISMO FORA DA INDÚSTRIA

Alexandre Barbosa Fraga[1]

RESUMO: Este artigo trata da transição do "fordismo" ao "pós-fordismo", ou seja, da produção em massa para a produção flexível, e das mudanças no mundo do trabalho. Dentre essas transformações temos o aumento do desemprego e do trabalho informal, além da expansão do emprego no setor de serviços. O que proponho demonstrar é que características do fordismo passam a ser verificadas, no mercado de trabalho atual, no setor de serviços e no setor informal da economia; para usar conceitos de Bauman, determinadas características da modernidade sólida passam a fazer parte da modernidade líquida, mas em outros setores que não mais o da indústria.

PALAVRAS-CHAVE: fordismo, taylorismo, toyotismo, mercado de trabalho, flexibilização do emprego, trabalho informal e setor de serviços.

O FORDISMO E O TAYLORISMO

O conjunto de práticas produtivas cunhado de fordismo é característico da modernidade sólida ou do capitalismo pesado, para usar expressões de Bauman, sendo importante para a organização da produção até meados dos anos 70 do século passado. "Entre os principais ícones dessa modernidade estavam a fábrica fordista, que reduzia as atividades humanas a movimentos simples, rotineiros e predeterminados, destinados a serem obediente e mecanicamente seguidos, sem envolver as faculdades mentais e excluindo toda espontaneidade e iniciativa individual " (Bauman, 2001: 33/34).

O fordismo, método de racionalização da produção em massa, teve início na indústria automobilística Ford, nos Estados Unidos, onde esteiras rolantes levavam o chassi do carro e as demais peças a percorrerem a fábrica enquanto os operários, distribuídos lateralmente, iam montando os veículos. Esse método integrou-se às teorias do engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor, que ficaram conhecidas como taylorismo. Ele buscava o aumento da produtividade através do controle dos movimentos das máquinas e dos homens no processo de produção. O empregado, seguindo o que foi determinado pelos seus superiores, deveria executar uma tarefa no menor tempo possível.

Ford fez um acordo geral que aumentou o salário nominal de 2,5 para 5 dólares ao dia. Mas o que Ford pretendia ao dobrar o salário de seus trabalhadores? É claro que a explicação não vem de uma das suas famosas frases "quero que meus trabalhadores sejam pagos suficientemente bem para comprar meus carros", já que eles eram responsáveis por uma fatia muito pequena das suas vendas. O five dollars day acabava com a alta rotatividade dos trabalhadores. Para que continuassem recebendo o salário duplicado, os operários faziam de tudo para permanecerem na Ford Motor Company. Com isso, as funções na linha de produção tinham fixas a elas trabalhadores que ficavam por mais tempo na empresa, aumentando a prática em determinada função e diminuindo o tempo de cada movimento. Além disso, ao impedir a alta rotatividade dos trabalhadores, economizava-se dinheiro gasto em sua preparação e treinamento.

O five dollars day não se estendia a todos os trabalhadores. Não se beneficiavam dele, os operários que tivessem menos de seis meses na empresa, os jovens menores de vinte e um anos e as mulheres. "Asegurado el aprovisionamiento de una mano de obra seleccionada y dócil, la expansión de la Ford Motor Company prosigue a un ritmo desconocido hasta entonces: 200.000 coches fabricados en 1913, 500.000 en 1915, um millón en 1919, dos millones en 1923. Ha nascido la producción en masa del automóvil" (Coriat, 1994: 59).

Dessa forma, o modelo fordista pode ser entendido por uma série de características: "meticulosa separação entre projeto e execução, iniciativa e atendimento a comandos, liberdade e obediência, invenção e determinação, com o estreito entrelaçamento dos opostos dentro de cada uma das oposições binárias e a suave transmissão de comando do primeiro elemento de cada par ao segundo" (Bauman, 2001: 68); baixa mobilidade dos trabalhadores; homogeneização da mão-de-obra; "mão-de-obra numerosa e predominantemente masculina" (Beynon, 1995: 6); produção em massa; consumo em massa; rotinas de trabalho; controle do tempo; adaptação ao ritmo da máquina; e homogeneidade dos produtos.

Como mostrou José de Souza Martins, ao serem feitas mudanças tecnológicas "a la Ford" e "a la Taylor" na produção de uma fábrica de ladrilhos, em São Caetano do Sul, no subúrbio da cidade de São Paulo, no ano de 1956, "ao operário já não cabia pensar o seu trabalho, mas apenas reagir interpretativamente aos movimentos que o ritmo do processo de trabalho impunha ao seu corpo. O processo de trabalho não dependia da mediação de sua interpretação para que tivesse seqüência. Seu corpo fora transformado num instrumento dos movimentos automáticos da linha de produção" (Martins, 1994: 18).

O SISTEMA PRODUTIVO FLEXÍVEL

De meados dos anos 70 em diante, houve uma transformação organizacional da produção, como forma de se proteger das mudanças econômicas que estavam em ritmo cada vez mais veloz. Os mercados eram cada vez mais diversificados e as transformações tecnológicas faziam com que os equipamentos de produção que tinham apenas um objetivo se tornassem obsoletos. "O sistema de produção em massa ficou muito rígido e dispendioso para as características da nova economia. O sistema produtivo flexível surgiu como uma possível resposta para superar essa rigidez" (Castells, 1999a: 176). O fordismo se enfraqueceu, a partir do final do século XX, com a introdução de novos métodos de trabalho.

Nesse contexto, surge um modo original e novo de gerenciamento do processo de trabalho: o toyotismo. Nele os trabalhadores tornam-se especialistas multifuncionais. Ele elevou a produtividade das companhias automobilísticas japonesas e passou a ser considerado um modelo adaptado ao sistema produtivo flexível. Dentre as suas características temos: a existência de um relacionamento cooperativo entre os gerentes e os trabalhadores, ou seja, uma hierarquia administrativa horizontal; controle rígido de qualidade; e "desintegração vertical da produção em uma rede de empresas, processo que substitui a integração vertical de departamentos dentro da mesma estrutura empresarial" (Castells, 1999a: 179). Não há mais uma rígida separação entre a direção (que pensa) e o operário (que executa).

Ulrich Beck ao ser entrevistado em 1999 por Jonathan Rutherford afirma que estamos vivendo numa situação em que a primeira modernidade está se transformando em uma segunda modernidade. Esta última, "se está viendo desafiada por cuatro tipos de desarrollo. En primer lugar, la individualización. En segundo lugar, la globalización como fenómeno económico, sociológico y cultural. En tercer lugar, el subempleo o el desempleo, no simplesmente como consecuencia de la política gubernamental o de un retroceso en la economía, sino como desarrollo estructural que no puede superarse fácilmente. Y, en cuarto lugar, la crisis ecológica" (Beck, 2003: 344/345).


O SISTEMA PRODUTIVO E O MERCADO DE TRABALHO NA SOCIEDADE ATUAL

Na era contemporânea, o sistema produtivo e o mercado de trabalho são muito diferentes do que foram na modernidade pesada. Nessa alta modernidade, como diria Giddens, modernidade reflexiva, como diria Ulrich Beck, ou modernidade líquida, como diria Bauman, há uma flexibilidade e instabilidade do emprego, uma transformação do capitalismo que incorporou a tecnologia da informação e sofisticou a forma de ganhar capital, um crescimento acelerado do setor de serviços, um aumento das mulheres no mercado de trabalho, aumento estrutural do desemprego, o surgimento de novas formas de gestão industrial que superaram o fordismo e o taylorismo. Há também uma reestruturação produtiva, ou seja, o processo pelo qual as empresas passam ao absorver as tecnologias de informação, que rearticula o trabalho. Dessa forma, o emprego passa a exigir maior escolaridade.

A qualidade e a quantidade de educação recebida têm um peso importante na possibilidade de inserir-se no mercado de trabalho formal e de progredir nele, ainda mais na condição atual em que ele tem a oferecer cada vez menos garantias e estabilidade aos trabalhadores. A flexibilização do emprego se dá de duas maneiras, "seja legal, por meio de recente legislação trabalhista, que facilita a flexibilidade para o desempenho de novas tarefas e, inclusive, a dispensa dos trabalhadores; seja efetivamente, pelo trabalho clandestino ou no setor informal. A terceirização do emprego (...) contribui, também, para a instabilidade trabalhista" (Gallart, 2002 : 173).

Na América Latina, por exemplo, como nos mostra Gallart, houve mudanças no mundo do trabalho entre a segunda metade do século XX e sua década final e início do século XXI. Nesta parte do Globo, estende-se, na segunda metade do século XX, o modelo produtivo da substituição de importações. "O fomento do consumo interno de produtos manufaturados, cobertos por tarifas à importação, a produção em série na indústria têxtil e metalúrgica, o desenvolvimento de empresas estatais e de serviços públicos contribuíram para a existência de uma força de trabalho com determinado tipo de qualificações, as necessárias para uma produção "fordista" e para o desenvolvimento dos serviços e do comércio" (Gallart, 2002 : 170).

Houve o desenvolvimento de uma indústria manufatureira, com o predomínio da indústria automotriz, que tinha uma produção em cadeia e uma homogeneização do produto. Nesse contexto, para que a educação pudesse atender a esse modelo de desenvolvimento, houve a expansão da matrícula na educação básica e privilegiou-se uma formação técnica-profissional relativamente específica para quadros médios e operários.
A partir da década final do século XX, há a privatização, em muitos países, dos serviços que eram prestados pelo Estado, levando à limitação do emprego público. Na nova organização do trabalho é enfatizada a produção flexível. Há também uma modernização tecnológica, cuja "conseqüência para os trabalhadores é uma maior necessidade de multifuncionalidade e a exigência de administrar processos ainda em níveis ocupacionais relativamente baixos" (Gallart, 2002: 172).

A reestruturação do modo capitalista de produção, no final do século XX, deu-se principalmente através do informacionalismo, ou seja, de uma revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da informação, como nos mostra Castells. "As novas tecnologias permitem a transformação das linhas de montagem típicas da grande empresa em unidades de produção de fácil programação que podem atender às variações do mercado (flexibilidade do produto) e das transformações tecnológicas (flexibilidade do processo)" (Catells, 1999a : 176).

Há uma expansão do emprego no setor de serviços. "Atualmente, os serviços são responsáveis por mais de 70% dos postos de trabalho na Inglaterra" (Beynon, 1995: 9). Embora seja difícil trabalhar com um conceito que abarca múltiplas atividades, tudo o que não é indústria, construção, mineração ou agricultura. Mas vis-à-vis as indústrias, muitos serviços dependem de ligação direta com elas. Isso põe um pouco em xeque a teoria pós-industrialista. O que há é uma redução do emprego industrial.

Com o advento da modernidade e da tão em voga globalização, como nos mostra Giddens, há mudanças na intimidade e na vida das pessoas. Nesse contexto, duas características polares passam a permear todos os aspectos da vida cotidiana: confiança e risco. As pessoas constróem confiança em sistemas abstratos. "Com o desenvolvimento dos sistemas abstratos, a confiança em princípios impessoais, bem como em outros anônimos, torna-se indispensável à existência social" (Giddens, 1991 : 122). Dentre as quatro formas que alteram a distribuição objetiva de riscos específicos à modernidade, citadas por Giddens, a que afeta mais diretamente o mundo do trabalho é a segunda, ou seja, uma extensão quantitativa de eventos ou ambientes de risco por todo o planeta. "Novos riscos surgiram: recursos ou serviços já não estão mais sob controle local e não podem portanto ser localmente reordenados no sentido de irem ao encontro de contingências inesperadas" (Giddens, 1991 : 128). Dessa forma, uma decisão tomada nos Estados Unidos, por exemplo, pode afetar trabalhadores no mundo todo.

O desemprego e o trabalho informal crescem. Este primeiro torna-se "estrutural" (eliminação de postos de trabalho que não são recuperados e que ocorre de forma independente do crescimento ou crise da economia), ou seja, "para cada nova vaga há alguns empregos que desapareceram, e simplesmente não há empregos suficientes para todos" (Bauman, 2001: 185). Não se tem a mesma segurança que se tinha no emprego, nem os mesmos direitos. Uma das respostas ao desemprego é o aumento do setor informal da economia. Aumenta o número de pessoas que trabalha por conta própria.

O “FORDISMO” FORA DA INDÚSTRIA

Em meio a todas essas transformações no mundo do trabalho, algumas importantes características do fordismo passam a ser verificadas no setor de serviços e, como eu quero demonstrar nesse artigo, também no setor informal da economia. Dessa forma, características do capitalismo pesado estendem-se ao capitalismo leve, mas em setores que atualmente são importantes empregadores de mão-de-obra e não mais no industrial. Embora, ainda existam, atualmente, indústrias que têm fortemente características fordistas.

Ritzer[2] mostrou que, na sociedade atual, "à moda do McDonald's", como ele diz, aspectos do fordismo podem ser encontrados no setor de serviços. "Muitas características do fordismo também são encontradas no estilo McDonald's: a homogeneidade dos produtos, a rigidez das tecnologias, as rotinas padronizadas de trabalho, a desqualificação, a homogeneização da mão-de-obra (e do freguês), o trabalhador em massa e a homogeneização do consumo (...) nestes e em outros aspectos, o fordismo continua vivo e forte no mundo moderno" (Ritzer, 1993, p.155, citado em: Beynon, 1995: 12). Em novos setores de serviços há também um controle do tempo e uma "produção" e venda em massa. "Em todos seus pontos-de-venda, o McDonald's "tem como meta atender a qualquer pedido em 60 segundos, Na hora do almoço, num ponto muito concorrido, chegamos a servir 2 mil refeições por hora""(Beynon, 1995: 12).

A falta de emprego leva muitas pessoas a procurarem meios informais para se manterem. Um desses meios é o que eu chamei de "fordismo" informal. Denominei dessa maneira porque algumas características vitais do que passou a se chamar fordismo se encontram presentes nessa atividade.

A atividade a que me refiro é a venda de balas e confeitos em sinais de trânsito. Mas o interessante é não se tratar de qualquer venda, como observamos em muitos pontos do Rio de Janeiro e por que não do Brasil. O que chama a atenção é justamente a "especialização" que tal venda adquiriu em alguns sinais de trânsito na Tijuca, o bairro no qual observei tal prática. Não sei se ela se estende a outros bairros.

Os trabalhadores a que estou me referindo são jovens rapazes, entre 18 e 25 anos, de boa condição física. Eles têm, em muitos casos, pouca escolaridade, em torno do ensino fundamental, e dificuldade em encontrar um emprego formal. Alguns nunca chegaram a ter emprego com carteira assinada. Encontram no trabalho informal a forma para se manterem. Embora sonhem com a proteção social e com a formalização das relações de trabalho.

A prática se dá da seguinte maneira, os vendedores deixam na calçada diversas caixas com pequenos sacos de balas e confeitos industrializados, estes últimos são dois pacotes que estão ligados um ao outro, de forma que se tenha o equilíbrio necessário para pendurá-los nos retrovisores dos carros dos possíveis fregueses. Quando o sinal fecha, uma seqüência de passos e ações é instantaneamente acionada e praticada com rapidez e precisão.

Embora nos parágrafos seguintes sejam apresentadas semelhanças entre o fordismo e o "fordismo" informal, de modo a ratificar as características do primeiro que se encontram no segundo, faz-se mister iniciar com uma de suas importantes diferenças. No fordismo há um antagonismo entre capital e trabalho, entre os vendedores da força de trabalho e os compradores da mesma. No "fordismo" informal não há isso. Os vendedores dos quais estou falando são trabalhadores por conta própria. Mas se utilizam de algumas das características do fordismo, como a rotina e o controle do tempo, como estratégia para aumentar as vendas. Estratégia essa que impõe ao corpo movimentos frenéticos e rotineiros do ritmo do processo de trabalho.

O interessante é a busca a todo custo da eficiência. Da mesma forma que no fordismo havia um controle rígido do que estava sendo produzido em relação ao tempo gasto, no "fordismo" informal há uma busca de atender ao maior número de carros no menor tempo possível. Tanto no fordismo, que é um modo de produção, quanto no "fordismo" informal, que é um modo de venda informal, há uma homogeneidade do produto.

O vendedor já tem internalizado o tempo exato e a forma certa e mais eficaz para no tempo rígido do intervalo entre o fechamento e a abertura do sinal, conseguir pendurar um saco de confeito ou bala no retrovisor de cada carro de uma das fileiras que se formam, já sabendo o número certo de veículos que o tempo permite. Após ter feito isso, ele volta correndo para o começo da fileira e vai recolhendo cada saco (ou dinheiro) em ritmo rápido. Os vendedores poderiam colocar em menos carros e sobrar algum tempo, mas eles colocam os sacos de confeitos em um número de veículos tão de acordo com o tempo que têm, que ao pegarem o último pacote de volta, o sinal abre demonstrando quanto eficientes eles se tornaram.

Uma certa "subjetividade", que ainda se fazia presente nas relações produtivas pré-fordismo, foi "controlada" com o surgimento do fordismo, que trouxe a necessidade de uma objetividade e atenção rígida ao trabalho para aumentar a produtividade. Nessa nova forma de vender balas em sinal, a subjetividade também deu lugar à objetividade. Na atividade de vendedor de balas no sinal havia uma subjetividade necessária para comover o possível comprador. Havia uma relação mais pessoal de convencimento e apelação, que levava para o lado da "pena". Nessa nova forma de venda em sinais, isso não existe mais, em nome da eficiência e da rapidez, a prática adotada é uma relação não pessoal. O rapaz vem correndo e coloca o pacote pendurado no retrovisor do carro. O contato dura poucos segundos.

Da mesma forma em que no fordismo o ritmo era tão rígido que uma quebra dele poderia provocar uma baixa na produtividade e trazer uma punição ao operário, no "fordismo" informal, um erro do vendedor e uma demora a mais pode trazer a punição dos carros começarem a andar e deixarem os pacotes caírem no chão. A prática do fordismo trouxe ganhos em produtividade, no "fordismo" informal, a "produtividade" também é maior, tanto que a caixa levada nas mãos, em outras formas mais subjetivas de venda em sinal, é substituída por caixas e mais caixas na calçada. Em uma das observações eu notei a existência de 12 caixas.

Com o advento do fordismo, os operários passaram a ser um prolongamento das máquinas, seus corpos passaram a funcionar no ritmo imposto por elas. Nessa nova forma de venda de balas no sinal, os vendedores passam a ser também um prolongamento da máquina, nesse caso do semáforo. Seus corpos, braços e pernas se movem num ritmo determinado por ela.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na sociedade atual, inserida num contexto de globalização, informatização, flexibilização e privatização, o mercado de trabalho vem passando por uma transformação dos tipos de empregos oferecidos e nos meios de se inserir neles. Certas transformações em curso são responsáveis por uma ampla instabilidade trabalhista.

A terceirização, o aumento estrutural do desemprego e a expansão do setor informal são bons indicadores da forma como os trabalhadores têm sido apresentados às perspectivas de se manterem e de progredirem. Os trabalhadores têm que possuir, cada vez mais, múltiplas competências.

A velocidade da informação e da inovação tecnológica força as pessoas a estarem em permanente atualização. A exclusão digital e o não conhecimento de uma segunda ou terceira língua também aparecem como empecilho para a obtenção de cada vez mais postos de trabalho. O setor industrial, cada vez mais informatizado, passa por uma redução do emprego. O setor de serviços tem expandido as suas vagas.

Nesse contexto, a indústria passa da produção em massa para a produção flexível. O fordismo, com seus movimentos rotineiros que não envolviam as faculdades mentais e a espontaneidade dos trabalhadores, dá lugar a um modelo em que os trabalhadores passam a desempenhar múltiplas funções e a não só executar, mas pensar sobre o processo de produção. Uma parte do setor de serviços e do setor informal segue o caminho contrário, passa a incorporar as características do fordismo no desempenho de suas atividades profissionais. Os seus trabalhadores passam a ter rotinas de trabalho, rígido controle do tempo e atividades mecanicamente seguidas.

Dessa forma, as características do "fordismo", típicas da modernidade sólida, não desapareceram na modernidade líquida. Na complexidade do mercado de trabalho atual, elas passaram, junto com as características do "pós-fordismo", a conviverem conjuntamente.


Revista Habitus

Aula 4

1.2. TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

HENRI FAYOL

Enquanto Taylor e outros engenheiros americanos desenvolviam a chamada Administração Científica nos Estados Unidos, em 1916 surgia na França, espraiando-se rapidamente pela Europa, a chamada Teoria Clássica da Administração (Henri Fayol). A Teoria Clássica partia do estudo do todo organizacional e da sua estrutura para garantir a eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos (seções, departamentos, etc.) ou pessoas (ocupantes de cargos e executores de tarefas). A preocupação com a estrutura da organização como um todo constitui, sem dúvida, uma substancial ampliação do objeto de estudo da TGA (abordagem anatômica e estrutural).

1.2.1 A Obra de Fayol

Henri Fayol, o fundador da Teoria Clássica da Administração, nasceu em Constantinopla, formou-se engenheiro de minas aos 19 anos e entrou para uma companhia metalúrgica e carbonífera, onde desenvolveu toda a sua carreira. Aos 25 anos foi nomeado gerente das minas e aos 47 assumia a gerência geral da “Compagnie Commantry Fourchambault et Decazeville”, que no momento se encontrava em situação difícil. Em 1918 transmitiu a empresa ao seu sucessor, dentro de notável estabilidade. Fayol expôs sua Teoria de Administração em seu famoso livro “Administration Industrielle et Générale”, publicado em Paris em 1916. Exatamente como Taylor, Fayol empregou seus últimos anos de vida à tarefa de demonstrar que, com previsão científica e métodos adequados de gerência, resultados satisfatórios eram inevitáveis.

1.2.2 Seis Funções Básicas da Empresa

Fayol parte da pressuposição de que toda empresa pode ser dividida em seis grupos, a saber:

1. Funções Técnicas: produção de bens ou serviços da empresa
2. Funções Comerciais: compra, venda, permutação
3. Funções Financeiras: procura e gerência de capitais
4. Funções de Segurança: proteção e preservação de bens e das pessoas
5. Funções Contábeis: inventários, registros, balanços, custos e estatísticas
6. Funções Administrativas: integração de cúpula das outras cinco funções.

1.2.3 O Conceito de Administração

Para aclarar o que sejam as funções administrativas, Fayol define o ato de administrar como sendo:

1. Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação
2. Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa
3. Comandar: dirigir e orientar o pessoal
4. Coordenar: ligar, unir, harmonizar os atos e esforços coletivos
5. Controlar: verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as
ordens dadas.

Estes são os elementos da administração que constituem o chamado processo administrativo, e que são localizáveis em qualquer trabalho do administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Em outros termos, tanto o diretor, o gerente, o chefe, o supervisor, o encarregado - cada qual em seu nível - desempenham atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades administrativas essenciais.

1.2.4 Proporcionalidade das Funções Administrativas

A Função Administrativa não se concentra exclusivamente no topo da organização, mas é distribuída proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos. À medida que se desce na escala hierárquica, mais aumenta a proporção das outras funções da empresa e, à medida que se sobe na escala hierárquica, mais aumenta a extensão e o volume das Funções Administrativas.

1.2.5 Diferença entre Administração e Organização

Administração é um todo do qual a organização é uma das partes. O conceito amplo de administração, como um conjunto de processos entrosados e unificados abrange aspectos que a organização por si só não envolveria, tais como previsão, comando e controle.

Fayol considera dois tipos de organização:

Organização como unidade ou entidade social, ou qualquer empreendimento humano moldado intencionalmente para atingir determinados objetivos:

a) Organização Formal (Divisão do Trabalho - Racionalidade)

b) Organização Informal (Amizades - Grupos Informais - Relacionamentos)

Organização como função administrativa e parte do processo administrativo. Nesse caso ela significa o ato de organizar, estruturar, integrar os recursos e os órgãos incumbidos de sua administração, e estabelecer as relações entre eles.

A Teoria Clássica concebe a organização como se fosse uma estrutura, em termos de forma e organização das partes que a constituem, além do inter-relacionamento entre essas partes. Restringe-se ao aspecto da organização formal.

1.2.6 Princípios Gerais de Administração para Fayol

Fayol também tentou definir os Princípios Gerais de Administração, sistematizando-os muito bem, embora sem originalidade, pois utilizou uma coletânea de diversos autores de sua época. Tais princípios são maleáveis e adaptam-se a qualquer circunstância, tempo ou lugar:

I. Divisão do Trabalho: especialização das tarefas e das pessoas - maior eficiência

II. Autoridade e Responsabilidade: direito de dar ordens e ser obedecido (aut.) versus a obrigação de obedecer (resp.) - reciprocidade.

III. Disciplina: obediência, aplicação, energia, comportamento, respeito.

IV. Unidade de Comando: autoridade única

V. Unidade de Direção: uma cabeça e um plano para cada grupo com mesmo objetivo.

VI. Subordinação: dos interesses individuais aos interesses gerais

VII. Remuneração de Pessoal: justa e garantida satisfação para os empregados e a organização

VIII. Centralização: concentração de autoridade no topo de organização

IX. Cadeia escalar: linha de autoridade do nível mais alto ao mais baixo

X. Ordem: material e humana. Um lugar para cada coisa

XI. Eqüidade: amabilidade e justiça = lealdade

XII. Estabilidade e duração do pessoal: (num cargo) quanto mais tempo, melhor.

XIII. Iniciativa: visualizar um plano e assegurar seu sucesso

XIV. Espírito de equipe: harmonia e união

1.2.7 Administração como Ciência

Todos os autores da Teoria Clássica são unânimes em afirmar que se deve estudar e tratar a organização e a Administração cientificamente, substituindo o empirismo e a improvisação por técnicas científicas - Ciência da Administração, ensino nas escolas e faculdades. Fayol e Taylor, apesar de não terem se comunicado entre si e tenham partido de pontos de vista distintos e mesmo opostos, os dois trabalhos possuíam diversas semelhanças entre si, e constituíram a base da teoria da administração.

1.2.8 Divisão do Trabalho e Especialização

A organização deve caracterizar-se por uma divisão do trabalho claramente definida. A divisão do trabalho conduz à especialização e à diferenciação das tarefas.

A idéia básica era a de que as organizações com elevada divisão do trabalho seriam mais eficientes do que aquelas com pouca divisão do trabalho. Enquanto a Administração Científica se preocupava com a divisão do trabalho no nível do operário, fragmentando suas tarefas, a teoria clássica se preocupava com a divisão dos órgãos que compõem a organização, isto é, departamentos, seções, divisões, etc. A divisão do trabalho pode ocorrer em duas direções:

a) Verticalmente: níveis de autoridade e responsabilidade (escala hierárquica)

b) Horizontalmente: diferentes tipos de atividades desenvolvidas na organização. A Departamentalização refere-se à especialização e ao desdobramento horizontal da organização. A homogeneidade é obtida na organização quando são reunidos, na mesma unidade, todos os que estiverem executando o mesmo trabalho, pelo mesmo processo, para a mesma clientela, no mesmo lugar.

1.2.9 Coordenação

Para Fayol, a coordenação é a reunião, a unificação, e a harmonização de toda a atividade e esforço. A coordenação indica que há um alvo ou objetivo a alcançar e que deve guiar os atos de todos. Ela é a distribuição ordenada do esforço do grupo, a fim de obter unidade de ação na consecução de um objetivo comum.A pressuposição básica era de que quanto maior a organização e quanto maior a divisão do trabalho, tanto maior será a necessidade de coordenação, para assegurar a eficiência da organização como um todo.

1.2.10 Conceito de Linha e Staff

Fayol se preocupou muito com a chamada “Organização Linear”, que constitui um dos tipos mais simples de organização. A organização linear se baseia nos princípios de:

a) Unidade de Comando ou supervisão única: Um indivíduo possui apenas um chefe

b) Unidade de Direção: Todos os planos se integram a planos maiores que conduzam os objetivos da organização

c) Centralização da Autoridade: toda a autoridade máxima de uma organização deve estar centralizada no topo

d) Cadeia escalar: a autoridade deve estar disposta em uma hierarquia

Essa organização linear apresenta uma forma piramidal. Nela ocorre a supervisão linear, baseada na unidade de comando e que é o oposto à supervisão funcional de Taylor. Na organização linear os órgãos de linha, ou seja, os órgãos que compõem a organização, seguem rigidamente o princípio escalar (autoridade de comando). Porém, para que os órgãos de linha possam executar suas atividades especializadas, tornam-se necessários órgãos prestadores de serviço especializados, como assessoria, recomendações, conselhos, e outros. Esses não obedecem ao conceito de princípio escalar nem possuem autoridade de comando.Tais serviços e assessorias não podem ser impostos obrigatoriamente aos órgãos de linha, mas simplesmente oferecidos. Sua autoridade - chamada de autoridade de staff - é simplesmente autoridade de especialista e não autoridade de comando.

Aula 3

Teorias Organizacionais

AS PRINCIPAIS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

A tarefa de administrar se aplica a qualquer tipo ou tamanho de organização, seja ela uma grande indústria, uma cadeia de supermercados, uma escola, um clube, um hospital ou uma empresa de consultoria, independentemente do ramo de negócios, é preciso encontrar um modelo capaz de auxiliar o gestor na tomada de decisões. Compreender as variáveis conduz a maiores certezas quanto ao universo organizacional.

Quadro 1: demonstrativo das principais teorias, sua ênfase e principais enfoques

ÊNFASE

TEORIA

ENFOQUE

Nas tarefas

Admnistração Científica

Racionalização do trabalho

Na Estrutura

Teoria Clássica

Teoria Neoclássica

Organização formal

Princípios Gerais

Funções do Administrador

Teoria Burocrática ou

Teoria Estruturalista

Organização Formal

Racionalidade/Previsibilidade

Poder

Organização Formal/ Informal

Abordagem Sistêmica

Nas Pessoas

Teoria da Relações Humanas

Organização Informal

Teoria Comportamental

Estilos de Administração

Aspectos Comportamentais

Teoria do Desenvolvimento Organizacional

Mudança Organizacional

Sistema empresa aberta

Fonte: Uhlmann, Gunter, W, “das teorias administrativas à administração aplicada e contemporânea” pg 28. 1997.

I - ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

No Despontar do século XX, dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos pioneiros a respeito da Administração. Um era americano, Frederick Winslow Taylor, e veio a desenvolver a chamada Escola da Administração Científica, preocupada em aumentar a eficiência da indústria por meio, inicialmente, da racionalização do trabalho operário. O outro era europeu, Henri Fayol, e veio a desenvolver a chamada Teoria Clássica, preocupada em aumentar a eficiência da empresa por meio da sua organização e da aplicação de princípios gerais de administração em bases científicas. Sendo assim, podemos desmembrar a chamada Abordagem Clássica da Administração em duas escolas principais:

1. Escola da Administração Científica – Frederick W. Taylor

2. Teoria Clássica da Administração – Henry Fayol

1. ORIGENS DAS PRINCIPAIS TEORIAS ORGANIZACIONAIS

O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, ocasionando uma gradativa complexidade na sua administração. A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações, no sentido de obter o melhor rendimento possível de seus recursos e fazer face à concorrência e à competição que se avolumavam.O panorama industrial no início deste século tinha toda uma variedade incrível de empresas, com tamanhos altamente diferenciados, problemas de baixo rendimento da maquinaria utilizada, desperdício, insatisfação generalizada entre os operários, concorrência intensa, mas com tendências pouco definidas, elevado volume de perdas, decisões mal formuladas, etc.Veremos, abaixo o surgimento da Administração como ciência, através do surgimento da chamada Escola de Administração Científica (Taylor).

1.1. ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

Frederick Winslow Taylor, o fundador da Administração Científica, nasceu em 1856, na Pensilvânia, nos Estados Unidos. Iniciou sua vida profissional como operário, em 1878, na Midvale Steel Co. e, em 1885, formou-se engenheiro pelo Stevens Institute. Seu trabalho é dividido em duas etapas:

- Primeiro Período de Taylor: Taylor iniciou suas experiências e estudos pelo trabalho do operário e, mais tarde, generalizou as suas conclusões para a Administração geral: sua teoria seguiu um caminho de baixo para cima, e das partes para o todo. Taylor iniciou suas experiências na Midvale Steel, onde permaneceu até 1889, quando entrou para a Bethlehem Steel Works.

Em 1895, apresentou à Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos um estudo experimental denominado “Notas sobre as correias”. Mais tarde publicou outro de seus estudos, denominado “Um sistema de gratificação por peça”, apresentando um sistema de gratificação e administração dos operários. Em 1903, publicou seu livro denominado “Administração de Oficinas”, onde se preocupa exclusivamente com as técnicas de racionalização do trabalho operário, por meios do Estudo de Tempos e Movimentos. Taylor começou por baixo, junto com os operários no nível de execução, efetuando um paciente trabalho de análise das tarefas de cada operário, decompondo os seus movimentos e processos de trabalho, aperfeiçoando-os e racionalizando-os gradativamente. Verificou que o operário médio produzia muito menos do que era potencialmente capaz com o equipamento disponível.

- Segundo Período de Taylor

Correspondente à época da publicação de seu livro Princípios de Administração Científica (1911), quando concluiu que a racionalização do trabalho operário deveria ser logicamente acompanhada de uma estruturação geral da empresa e que tornasse coerente a aplicação de seus princípios. Taylor assegurava que as indústrias de sua época padeciam de males que poderiam ser agrupados em três fatores:

ü Vadiagem Sistemática por parte dos operários;

ü Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização;

ü Falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho.

O resultado inicial de seu trabalho foi à fundação da Taylor Society, instituição voltada para a divulgação e desenvolvimento de seu trabalho.

INÍCIO DO MOVIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

PRIMEIRA FASE

SEGUNDA FASE

TERCEIRA FASE

  • Ataque ao problema dos salários
  • Estudos sobre o tempo
  • Definição sobre o tempo-padrão
  • Sistema de administração de tarefas
  • Definição dos princípios de administração do trabalho
  • Consolidação dos princípios
  • Proposição da divisão de autoridade e responsabilidade dentro da empresa
  • Distinção entre técnicas e princípios

Fonte: Maximiano “ Da Revolução Urbana a Revolução Digital” pg.153.

1.1.2. ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA

Para Taylor, a organização e a Administração devem ser estudadas e tratadas cientificamente e não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar ao planejamento, e o empirismo à ciência. Pretendia elaborar uma ciência da Administração. Talvez seja essa a grande contribuição desse pioneiro. A Administração Científica constitui uma combinação global que pode ser assim sumariada:

O principal objetivo da Administração deve ser o de assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado (identidade de interesses). É preciso dar ao trabalhador o que ele mais deseja: altos salários, e ao empregador, também, o que ele realmente deseja: baixo custo de produção.

1.1.3. ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO – ORT

Taylor verificou que, em todos os ofícios, os operários aprendiam a maneira de executar as tarefas do trabalho por meio da observação dos companheiros vizinhos, o que levava a diferentes maneiras e métodos para fazer a mesma tarefa em cada ofício, e uma grande variedade de instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação. Essa grande diferença levava a diferentes níveis de produtividade em diferentes operários, e Taylor chegou a conclusão que deveriam ser os administradores, e não os operários, que deveriam fixar a melhor maneira de realizar um trabalho (the best way). Dessa forma, Taylor separou as atividades de execução (operários) e planejamento e supervisão (administração).

A ORT consistia nos seguintes aspectos:

1. Análise do Trabalho e Estudo de Tempos e Movimentos: A análise do trabalho consistia em decompor cada tarefa e cada operação da tarefa em uma série ordenada de movimentos simples. Os movimentos inúteis eram eliminados enquanto os movimentos úteis eram simplificados, racionalizados ou fundidos com outros movimentos, para proporcionar economia de tempo e de esforço ao operário, ao mesmo tempo em que se fazia o estudo de tempos e movimentos, ou seja, a determinação do tempo médio que um operário comum levaria para a execução da tarefa, adicionados os tempos elementares e mortos (esperas, preparação, necessidades pessoais, etc.). Com isto, padronizava-se o método de trabalho e o tempo destinado à sua execução. Essa análise apresentou as seguintes vantagens:

1. Eliminar os movimentos inúteis e substituí-los por outros mais eficazes;
2. Tornar mais racional a seleção e treinamento de pessoal;
3. Melhorar a eficiência do operário e o rendimento da produção
4. Distribuir uniformemente o trabalho, para que não haja períodos de falta ou excesso de trabalho;
5. Ter uma base uniforme para salários eqüitativos e para prêmios por aumento de produção;
6. Calcular com mais precisão o custo unitário e preço de venda dos produtos.

Com a análise do trabalho e o estudo de tempos e movimentos se procurava a melhor maneira de se executar alguma tarefa (the best way), bem como a seleção de pessoal adequado para cada tarefa (first class man), elevando a eficiência do operário.Eficiência significa a correta utilização dos recursos (meios de produção) disponíveis, enquanto produtividade pode ser definida como a produção de uma unidade produtora por unidade de tempo, isto é, o resultado da produção de alguém por um determinado período de tempo. Quanto maior a eficiência, maior a produtividade.

2. Estudo da Fadiga Humana: Este estudo tinha a finalidade de identificar os principais causadores da fadiga humana, uma vez que a fadiga era responsável por uma intensa queda de produtividade, e predispõe o trabalhador a:

1. Diminuição da Produtividade

2. Perda de Tempo

3. Doenças

4. Acidentes

5. Diminuição da Capacidade de Esforço

Com isto a Administração Científica pretendia racionalizar os movimentos, eliminando aqueles que produzem fadiga e que estejam ou não relacionados com a tarefa executada pelo trabalhador.

3. Divisão do Trabalho e Especialização do Operário: Ao verificar que o trabalho pode ser melhor executado e de maneira mais econômica por meio da subdivisão das tarefas, chegou-se à conclusão de que o trabalho de cada pessoa deveria, tanto quanto possível, limitar-se à execução de uma única e simples tarefa predominante. Com isto, cada operário passou a ser especializado na execução de tarefas simples e elementares, para ajustar-se aos padrões descritos e às normas de desempenho estabelecidas pelo método.A idéia básica era de que a eficiência aumenta com a especialização: quanto mais especializado for um operário, tanto maior será sua eficiência. Surge aqui também o conceito de linha de montagem.

4. Desenho de Cargos e Tarefas: Tarefa é toda e qualquer atividade executada por alguém no seu trabalho dentro da organização. A tarefa constitui a menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma organização.Cargo é o conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica ou repetitiva. Cada cargo tem um ou mais ocupantes (pessoas) que executam determinadas tarefas específicas.Desenhar um cargo é especificar seu conteúdo (tarefas), os métodos de executar as tarefas e as relações com os demais cargos existentes. O desenho de cargos é a maneira pela qual um cargo é criado, projetado e combinado com outros cargos para execução das tarefas maiores. Pela descrição de tarefas e cargos, e pela simplicidade de cargos, o ocupante pode aprender rapidamente os métodos prescritos, exigindo um mínimo de treinamento, permitindo um controle e acompanhamento visual por parte do supervisor.

5. Incentivos Salariais e Prêmios de Produção: Para que o operário colabore com a empresa e trabalhe dentro dos padrões de tempo previstos, Taylor e seus seguidores desenvolveram planos de incentivos salariais e prêmios de produção. A idéia básica era a de que a remuneração baseada no tempo (empregados mensalistas, diaristas ou horistas) não estimulava ninguém a trabalhar mais e deveria ser substituída por remuneração baseada na produção de cada operário (salário por peça).A implantação da Administração Científica levou o operário americano a ser um dos operários mais bem pagos do mundo industrializado e detentor de elevado padrão de vida graças aos seus salários. Contudo, esse operário de bom salário e de bom padrão de vida teve de suportar durante longas décadas o seu trabalho simples, repetitivo, padronizado, robotizado.

6. Conceito de Homo Economicus: Segundo esse conceito, toda pessoa é concebida como profundamente influenciada por recompensas salariais, econômicas e materiais. Em outros termos, o homem procura o trabalho não porque gosta dele, mas como um meio de ganhar a vida por meio do salário que o trabalho proporciona. O homem é exclusivamente motivado a trabalhar pelo medo da fome e pela necessidade de dinheiro para sobreviver.Uma vez selecionado cientificamente o trabalhador do ponto de vista físico (first class man), ensinado o melhor método de trabalho (the best way), condicionada sua remuneração à eficiência, o trabalhador passará a produzir o máximo de que fosse capaz fisicamente. Taylor descreve o homem como um indivíduo preguiçoso, limitado e mesquinho, culpado pela vadiagem e desperdício das empresas e que deveria ser controlado continuamente por meio do trabalho previamente racionalizado e do tempo padrão.

7. Condições de Trabalho: Taylor e seus seguidores verificaram que a eficiência depende não somente do método de trabalho e do incentivo salarial, mas também de um conjunto de condições que garantam o bem-estar físico do trabalhador e diminuam a fadiga. As condições de trabalho que mais preocuparam os engenheiros da administração foram as seguintes:

a) adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho;
b) arranjo físico das máquinas e equipamentos;
c) melhoria do ambiente físico de trabalho (ruído, ventilação, iluminação, conforto)
d) projeto de instrumentos especiais para cargos específicos.

O conforto do operário e a melhoria do ambiente físico passaram a ser muito valorizados, não porque as pessoas o merecessem, mas porque eram essenciais para a obtenção da eficiência do trabalhador.

8. Padronização: A Organização Racional do Trabalho se preocupou com a padronização dos métodos de trabalho, através da seleção, por métodos científicos, da melhor maneira de executar uma tarefa. Preocupou-se também com a padronização das máquinas e equipamentos, ferramentas e instrumentos de trabalho, matérias primas e componentes, no sentido de reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo e, conseqüentemente eliminar o desperdício e aumentar a eficiência.Com a Administração Científica, a padronização passa a ser uma preocupação constante na obtenção da eficiência. A padronização pode conduzir à simplificação, à medida que a uniformidade obtida reduza a variabilidade e as exceções que complicam as coisas.

9. Supervisão Funcional: Taylor propunha a chamada supervisão funcional, que nada mais é do que a existência de diversos supervisores, cada qual especializado em determinada área, e que tem autoridade funcional, relativa somente à sua especialidade sobre os mesmos subordinados. Essa autoridade funcional é relativa e parcial, e corresponde exatamente à aplicação da divisão do trabalho e da especialização no nível dos supervisores e chefes.Tal concepção trouxe muitos ataques ao seu idealizador, pois se argumenta que um homem não pode subordinar-se a dois ou mais superiores.

BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA

1. HAMPTON, David R. Administração contemporânea: teoria, prática e casos. Ed. McGraw-Hill, São Paulo, 1980.

2. ROBBINS, Stephen Paul. O processo administrativo – integrando teoria e prática. Ed. Atlas, São Paulo, 1981.

3. BERNARDES, Cyro. Teoria geral da administração: - A análise integrada das organizações. 2. ed. São Paulo : Atlas, 1993.

4. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração. São Paulo, 4ª ed. Atlas, 1995.

5. CHIAVENATO, Ildaberto. Introdução à teoria geral da administração. 4. ed. São Paulo : Makron Books, 1993.

6. LODI, João Bosco. História da administração. 8. ed. São Paulo : Pioneira, 1984.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Aula 2

DA REVOLUÇÃO

URBANA A REVOLUÇÃO

INDUSTRIAL

A ADMINISTRAÇÃO É PRATICADA DESDE QUE EXISTEM OS PRIMEIROS AGRUPAMENTOS HUMANOS.

  • MUITAS IDÉIAS E TÉCNICAS DA ATUALIDADE TÊM RAÍZES ANTIGAS E PROCURAM RESOLVER PROBLEMAS QUE AS ORGANIZAÇÕES SEMPRE ENFRENTARAM E CONTINUARÃO A ENFRENTAR.

  • AO LONGO DOS SÉCULOS, ESSAS IDÉIAS E TÉCNICAS, INFLUÊNCIADAS PELAS CIRCUNSTÂNCIAS DE CADA MOMENTO HISTÓRICO, EVOLUÍRAM CONTINUAMENTE.

As primeiras organizações e seus administradores

Por volta de 4000 aC a Revolução Agrícola evolui para a Revolução Urbana numa parte onde viria a ser o Oriente Médio, enquanto que a Ásia e a América estavam virtualmente na história.

No mesmo período, a Europa avançava da pré-história para a Revolução Agrícola.

Com a Revolução Urbana surgiram as cidades e os Estados. Essas primeiras organizações formais demandaram a criação de práticas administrativas que se estabilizariam e evoluiriam nos séculos seguintes (3000 aC à 500 aC).

Por volta de 3000 aC na região em que viria a ser o Iraque, desenvolveram-se as cidades da civilização Suméria (Mesopotâmia). Grande parte do legado arqueológico dos sumérios contém informações que indicam a existência de controles administrativos que influenciaram a moderna administração.

Por exemplo:

  • A abundância de água fez com que se formasse uma “sociedade de irrigação”, constituída de pequenas comunidades auto suficientes e interligadas. A responsabilidade de coordenar esse esforço coube àqueles que exerciam as funções sacerdotais. Os sacerdotes-reis mandaram construir templos que se transformaram em centros administrativos (realizavam-se anotações de controle, placas que registraram recebimentos de armazenagens e desembolso de produtos).
  • Surgimento das cidades e estados
  • Estrutura de colaboração entre as cidades-estados;
  • Formação de uma classe de dirigentes profissionais: os reis sacerdotes;
  • Formação de uma classe de funcionários públicos;
  • Invenção da contabilidade antiga;
  • Legislação (controle);
  • Planejamento de longo prazo (agricultura)
  • Administração e planejamento na construção das cidades;
  • Exércitos profissionais (defesa das cidades).

OUTRAS CIVILIZAÇÕES – CURIOSIDADES

    1. Egito por volta de 3100 a C. – vida estável baseado no ciclo de inundação. A regularidade das inundações do Nilo, influenciava ao planejamento de LP.
    2. Babilônia por volta de 2000 aC encontra-se em registros a dominação dos sumérios pela babilônia, com escritas das principais transações comerciais, evidenciando preocupação com o controle. Um dos maiores exemplos disso é o Código Hamurabi, excrito no século XVIII a C, contém 282 regras que incluem princípios como “olho por olho” e o “consumidor que se cuide”. È um dos mais famosos conjuntos de leis da história do mundo.
    3. CHINA século XXIV a.C obtém-se registros da atividade de assessoria. O objetivo dos assessores eram aproximar as regiões do governo central

3.1. Sun Tzu é um autor chinês que escreveu, no século IV aC a respeito da estratégia militar. “A Arte da Guerra”, teoria recomendando evitar a batalha, intimidar psicologicamente o inimigo e usar o tempo, em vez da força, para desgastá-lo e atacá-lo quando tivesse desprevenido. Orientou os governantes da china Mão Tse Tung e Ho Chin Minh estabelecendo-se como um dos principais registros sobre planejamento, comando e doutrina. Sob inspiração de Sun Tzu, no ano de 221 aC o primeiro imperador chinês inicia dois projetos importantes. O primeiro a construção de uma rede de estradas e o segundo construção da grande muralha (10 anos e 1.500 km de muralha).

    1. Grécia séc V a C. Democracia, estratégia, igualdade de todos perante a lei, ética na administração pública, planejamento urbano, universalidade da administração, raciocínio metódico, etc.

· Damocracia – Administração Participativa,

· Executivos – eleitos pela assembléia dos cidadãos,

· Ética – felicidade dos cidadãos como responsabilidade fundamental dos administradores, polis.

· Método – busca de conhecimento por meio da investigação sistemática e da reflexão abstrata;

· Estratégia – Encadeamento de meios lógicos para a realização de fins.

· Qualidade.

    1. Roma – séculos VIII a C e IV a C. Alguns itens da herança de Roma:

· Administração central

· Executivos tinham o intuito de negociar entre as cidades-estados;

· Rede de estradas e comunicação

· Planejamento e controle;

· Autoridade formal;

· Valorização da propriedade privada.

    1. Período Medieval – sistema feudal – durou 4 séculos. Os artesãos formavam as guildas que controlavam a venda e as troca dos produtos. Os associados eram regulamentados e registrados. As empresas controladas pelas guildas atuavam nos mercados locais, havia um mestre artesão que produzia e administrava. Foi um período de exploração e conflitos de interesses, os nobres estabeleciam cotas para os proletários trabalhadores dos feudos, o que formavam um sistema escravista e de dependência”.
    2. RENASCIMENTO: Capitalismo mercantil, o período das grandes conquistas e das colonizações e acúmulo de riquezas. Em Veneza, 1436 desenvolve-se o que ficou conhecido como arsenal de Veneza.

7.1 Maquiavel escreveu “O príncipe” na qual faz recomendações sobre como um governante deve comportar-se. O nome de Maquiavel é sinônimo de esperteza mal-intencionada – o que hoje denominamos de “maquiavélico”.

· Se tiver que fazer o mal, o principe deve fazê-lo de uma só vez, o bem deve fazê-lo aos poucos;

· O príncipe deve ter uma só palavra;no entanto deve mudá-la sempre que for necessário;

· O príncipe deve ser temido a ser amado.

EVENTOS DA REVOLUÇÃO URBANA

  • SURGIMENTO DAS CIDADES ESTADOS
  • FORMAÇÃO DE UMA CLASSE DE DIRIGENTES PROFISSIONAIS, OS REIS SACERDOTES
  • FORMAÇÃO DE UMA CLASSE DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
  • INVENÇÃO DA CONTABILIDADE

LINHA DO TEMPO DA ADMINISTRAÇÃO

PERÍODO E LOCAL

EVENTO

3.000 a.C. - Mesopotâmia

Civilização Suméria. Escrituração de operações comerciais. Primeiros dirigentes e funcionários administrativos

Século XXVI a.C. Egito

Construção da Grande Pirâmide. Controle de materiais, horas de trabalho, técnicas de construção, gerenciamento

Século XVI a.C. Babilônia

Código Hamurabi

Século VIII a.C. Roma

Começo do Império Romano, que duraria 12 séculos. Os embriões de todas as instituições administrativas modernas são criadas nesse período

Século VI a.C. China

Confúcio expõe uma doutrina sobre comportamento ético dos cidadãos e dos governantes

Século V a. C. Grécia

Democracia, ética, qualidade, método científico, teorização (pela observação) e outras idéias fundamentais.

Século IV a. C. China

Sun-Tzu prescreve princípios de estratégia e comportamento gerencial

Século III a.C. Roma

O exército romano é o modelo para os exércitos nos séculos seguintes.

1494 Gênova

Luca de Paciolli inventa o sistema de partidas dobradas para escrituração contábil e o divulga no livro “Obras completas de aritmética,Geometria,proporções e proporcionalidades)

Século XVI, Veneza

O arsenal de Veneza usa a contabilidade de custos, numeração de peças inventariadas, peças padronizadas e intercambiáveis e técnicas de administração de suprimentos. O arsenal tbém utiliza uma linha de montagem para equipar os navios.Em 1574, durante uma visita de Henrique III da França, um navio foi montado, equipado e posto ao mar em uma hora.

Século XVI Florença

Maquiavel publica “O príncipe” Um tratado sobre a arte de governar em que são enunciadas as qualidades do dirigente

Século XVIII Inglaterra

Revolução Industrial

1776 - Inglaterra

A Riqueza das Nações escrito por Adam Smith, descreve e o princípio da divisão do trabalho e a especialização dos trabalhadores.

1800 - Inglaterra

A fundição Soho, na Inglaterra criada por James Watt para Fabricar a locomotiva a vapor, é uma coleção de inovações administrativas: procedimentos padronizados de trabalho, especificações de peças e ferramentas, previsão de vendas e planejamento da produção, salários de incentivo, tempos padronizados, bonificações, contabilidade e auditoria

Início do século XIX – França e Inglaterra

Sistema de participação nos lucros, surgimento dos primeiros sindicatos de trabalhadores

1881 - EUA

Primeira faculdade de Administração

Final do século XIX até os anos 10 do século XX - EUA

Movimento da Administração Científica

Início do Século XX, EUA

Hugo Munsterberg, radicado nos EUA, seguidor de Taylor, estabelece a Pisicologia aplicada à administração.

Anos 10 EUA

Henry Ford estabelece a primeira planta de produção em série. Estabeleceu o conceito de linha de montagem. No começo de 1914, a Ford adota a linha móvel e mecanizada para a montagem de chassis. Adota tbém o dia do trabalho de 8hs e duplica o valor do salário para 5 dólares por dia.

Anos 10, Alemanha

Max Weber desenvolve estudos sobre a buirocracia.

Final dos anos 20

Experimento Howthorne. Escola das Relações Humanas

Final dos anos 30 e Segunda Guerra Mundial, EUA

Expansão do Movimento do controle estatístico da qualidade na indústria de guerra.

Anos 50, EUA

Proposta sobre a capacitação das empresas, controle de qualidade.

Anos 50, Japão

Especialistas americanos, como Deming, visitam o Japão para ministrar cursos de controle de qualidade. A Toyota aprimora o sistema Ford de produção de automóveis, ajustando-o as suas necessidades por meio de técnicas como just in time, Kanban e prensagem flexível de chapas de metal. Em 1957, o primeiro automóvel Toyota chega a América. Kaouru Ischikawa propõe o controle de qualidade total

Anos 50 e 60

Guerra Fria – Planejamento estratégico

Anos 60 e 70

Surgimento de software de gerenciamento:contabilidade , administração de pessoal e controle de suprimentos

Anos 70-80

Dissemina-se o modelo Japonês

Anos 80

Utilização indiscriminada de computadores, queda de preços

Anos 80 – 90 passagem para o séc XXI

Acelera-se a abertura das economia nacionais, a Globalização

Terceiro Milênio

Aumenta a ênfase no meio ambiente, terceirização em larga escala, empreendedorismo, qualidade de vida no trabalho, auto gestão, adm do terceiro setor.

O QUE SÃO PARADIGMAS ?????

Conceito:

Paradigmas são modelos ou padrões, que servem como marcos de referência, para explicar e ajudar as pessoas a lidar com diferentes situações.

A palavra paradigma tem suas origens na filosofia. Segundo Abbagnano (1971, p.742) “a palavra significa no contexto da filosofia modelo ou exemplo. Foi Platão que empregou a palavra com o significado de modelo ao considerar como paradigma o mundo dos seres

eternos, do qual o mundo sensível é imagem”. Foi Kuhn (1991, p.30) que resgatou e empregou o “conceito de paradigmas como significado de modelo no contexto da história da ciência para analisar o desenvolvimento

Os paradigmas da administração mudam constantemente.As mudanças variam em termos de velocidade, permanência e magnitude.

A Revolução Industrial provocou mudanças de grande magnitude, em tempo relativamente curto, que moldou inúmeras características da sociedade atual. Formas de produção e consumo, urbanização, divisão de pessoas por classes, profissões, etc.

ADMINISTRAÇÃO

CONCEITO:

É O PROCESSO DE TOMAR DECISÕES SOBRE OBJETIVOS E RECURSOS

Maximiano, 2002

RECURSOS

Pessoas

Informações/conhecimento

Espaço/Tempo/Dinheiro/Instalações

OBJETIVOS DECISÕES

Resultado esperado Planejamento

Organização

Execução

Controle

O ato de administrar abrange quatro tipos principais de decisões, também chamadas de processos ou funções:




PLANEJAMENTO










CONTROLE ORGANIZAÇÃO










EXECUÇÃO